A Polícia Civil informou que o homem investigado por matar a filha de dois meses era agressivo e também fazia "ameaças veladas" contra a mãe da bebê, de 20 anos, que também é filha dele. Assim como o pai, a jovem também é investigada por matar a neném, em Campinorte, no norte goiano, e cumpre prisão domiciliar. O homem morreu trocando tiros com a polícia.
O g1 não conseguiu contato com a defesa da jovem até a última edição da matéria.
O delegado explicou ao g1 que as investidas sexuais do homem com a filha começaram quando ela tinha 15 anos. Ela afirma que não queria ter relações com o pai, mas não demonstrou resistência moral ou física, já que o homem tinha comportamentos agressivos e autoritários. Sobre a mãe, a jovem diz que a mulher a abandonou na infância.
“Ela disse que o pai tinha muitos ciúmes dela, se ia para algum lugar o pai dela tinha que estar junto. Ele era agressivo com ela. Confirmou que, de fato, nunca ofertou resistência, mas desde o começo era uma ameaça velada”, afirmou o delegado.
Ao delegado, a jovem contou que era adolescente e o pai morava com uma mulher em Anápolis quando começou a abordá-la. Tempos depois, ela passou a morar com o pai em Anápolis. Quando, mais tarde, o homem decidiu se mudar para a cidade de Campinorte, obrigou a filha a morar com ele.
Ao delegado, a jovem disse que o pai a ameaçou de morte para obrigá-la a morar com ele na nova cidade. Ela não queria ir junto, porque tinha a vida feita em Anápolis, mas acabou aceitando porque tinha medo do pai. A jovem também explicou que o pai tinha muito ciúmes dela, e que ela não podia fazer nada fora de casa sem a companhia dele.
A jovem engravidou do pai aos 15 anos e teve a primeira filha. A menina atualmente tem 5 anos e foi diagnosticada com autismo. A outra filha da jovem nasceu em setembro de 2024 e também teve o avô como pai. A caçula morreu por politraumatismo.
Estupro será investigado?
Mesmo diante deste cenário, a polícia explicou que não pretende aprofundar as investigações de estupro do homem contra a jovem. Segundo o delegado, um dos motivos é o fato de o homem ter morrido em confronto com policiais, e com isso, não existir mais a possibilidade de que ele seja responsabilizado pelo crime de estupro de vulnerável e, ainda, pela suspeita da morte da bebê.
Outro motivo, na visão do delegado, é o fato de a jovem nunca ter verbalizado ou agido com resistência às investidas sexuais do pai. Amin cita o artigo 217-A do Código Penal, que diz que jovens de 15 anos têm condições de consentir uma relação sexual.
Fonte: G1
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