MÉDICO SUSPEITO DE ATROPELAR E MATAR PASTOR É SOLTO APÓS PAGAR FIANÇA DE MAIS DE R$ 80 MIL
O médico suspeito de atropelar e matar o pastor Edilson Silva, em Rio Verde, no sudoeste de Goiás, foi solto após pagar fiança de mais de R$ 84 mil. A fiança foi determinada pela Justiça durante audiência de custódia. Um vídeo mostra o momento da batida.
O acidente aconteceu na madrugada do dia 21 de setembro. Ao g1, a defesa do médico, representada pelos advogados Arício Vieira da Silva e Gabriella Lima, lamentou a morte do pastor e disse que, por hora, permanecerá em silêncio e irá se manifestar durante o processo.
Disse ainda que o caso se trata de um crime culposo (sem intenção) e que, com a soltura do médico no domingo (22), ele passou a usar tornozeleira eletrônica, uma das medidas cautelares determinadas pela Justiça. Ao g1, o Conselho Regional de Medicina do Estado de Goiás (Cremego) informou que não irá se posicionar sobre o caso, ao justificar que o caso não tem relação com as atribuições legais do conselho, que normatiza e fiscaliza o exercício da medicina.
Atropelamento e soltura
O caso aconteceu em frente a um hotel de Rio Verde. Um vídeo mostra o momento em que o carro do médico bate contra um Chevrolet Meriva estacionado. Com o impacto, o pastor, que estava próximo, caiu. Ao fugir, o médico passou por cima da vítima.
De acordo com a Polícia Militar, a vítima conversava com outras pessoas quando foi atingida pelo Honda Civic preto, conduzido pelo suspeito. O Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu) esteve no local e encaminhou o pastor ao Hospital Municipal Regional em estado gravíssimo, mas ele não resistiu aos ferimentos e faleceu.
Após o crime, a Polícia Militar localizou o suspeito em frente à casa dele, no Setor São Tomaz. Segundo o relato, o motorista admitiu ter consumido bebida alcoólica, mas se recusou a fazer o teste do bafômetro. Ele foi conduzido à 8ª Delegacia Regional de Polícia (DRP), juntamente com o veículo. Ao g1, o delegado Danilo Fabiano informou que o suspeito foi autuado por homicídio.
Ele foi solto depois de uma audiência de custódia realizada no mesmo dia do crime. Na decisão, o juiz Vitor França Dias Oliveira determinou pela liberdade provisória do médico ao considerar que ele seria réu primário. O magistrado, no entanto, ressaltou a gravidade do crime.
"No caso, os fatos são graves. Estamos diante de um possível profissional da medicina que não só teria atropelado alguém como, após ouvir seus gritos, teria avançado com o carro novamente contra a vítima. A circunstância de ser médico, ao invés de computar a seu favor, diz contra", escreveu o juiz Vitor França.
No documento, o juiz determinou uma fiança de 60 salários-mínimos, que totaliza pouco mais de R$ 84 mil, justificando que o médico diz ser especialista em traumas e tratamentos intensivos e receber mais de R$ 30 mil mensais. Além da fiança, foram determinadas algumas medidas cautelares. Entre elas:
proibição de se ausentar da comarca sem prévia autorização judicial por mais de 15 dias;
proibição de mudar de casa sem comunicar o juízo previamente sobre o novo endereço;
cumprir todas as intimações e comunicações realizadas pelas autoridades judiciárias e policias;
não praticar novas infrações penais;
monitoração eletrônica pelo prazo mínimo de seis meses;
recolhimento domiciliar noturno das 21h às 6h
Fonte: G1
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